Os 22 melhores filmes brasileiros para você respeitar o cinema nacional

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Os 22 melhores filmes brasileiros para você respeitar o cinema nacional

Bastava alguém dizer que era um filme brasileiro e o sujeito logo torcia a boca. Os filmes nacionais foram durante muito tempo motivo de desconfiança da audiência na hora de escolher um bom filme para se assistir, mas já há algum tempo que isso mudou. Hoje, um filme nacional atrai público e enche as salas de cinema. Mas não estaríamos sendo justos se disséssemos que a filmografia nacional só possui sucessos modernos, pois grandes títulos remontam há décadas, e em nossa lista dos melhores filmes brasileiros não poderíamos deixar de fora os melhores filmes nacionais de todos os tempos, independente de quando foram feitos, pois o cinema é uma arte atemporal.

O cinema brasileiro é especialista em reproduzir nossa realidade, às vezes de forma cômica, outras com bastante drama. Na lista de filmes brasileiros que preparamos, você encontra desde Tropa de Elite até clássicos que expõem a realidade brasileira, como Vidas Secas.

O sertão brasileiro, a propósito, é bastante retratado desde as raízes do cinema nacional até a contemporaneidade. Tradições brasileiras; ícones brasileiros e história do Brasil; os melhores filmes brasileiros você encontra na lista a seguir. Ajeite-se, pegue a pipoca e venha maratonar cada um deles com a gente.

1. Tropa de Elite – (2007)

A força de elite do B.O.P.E (Batalhão de Operações Especiais) combate o tráfico de drogas e o crime na cidade do Rio de Janeiro, mas manter a ordem tem seu preço e a distinção entre o certo e o errado e a justiça e a vingança, pode se tornar uma noção vaga.

Capitão Nascimento (Wagner Moura) está enfrentando uma crise: além da pressão de atuar em uma zona de guerra, sua esposa está grávida e ele precisa encontrar e treinar seu próprio substituto para se dedicar à família. Dois jovens policiais amigos de infância podem ser o substituto que Nascimento está procurando; um é intempestivo e rápido no gatilho, o outro se recusa a comprometer seus ideais. Juntos, eles são o substituto perfeito, sozinhos eles podem não ter o que é preciso para sobreviver.

O filme teve uma continuação, intitulado Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro, lançado em 2010.

2. Cidade de Deus – (2001)

Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”. A Cidade de Deus é um projeto habitacional construído na década de 1960 e que, no início dos anos 1980, tornou-se uma das favelas mais perigosas do Rio de Janeiro. O filme é narrado através dos olhos de Buscapé (Alexandre Rodrigues), um jovem negro e pobre que tenta a todo custo não entrar para o crime em um universo onde este parece ser o único caminho possível.

Buscapé conta as histórias de diversos personagens cujas vidas se cruzam em um ambiente de violência, desigualdades e falta de oportunidades. É também através de suas esperanças e desesperanças que as complexas camadas de um mundo, aparentemente condenado à violência sem fim, podem ser compreendidas.

Cidade de Deus mudou a história do cinema brasileiro ao ser o primeiro e, até agora, o único a receber quatro indicações ao Óscar de 2004 pelas categorias: Melhor Diretor, Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia e Melhor Edição.

3. Meu Nome não é Johnny – (2008)

No Rio de Janeiro dos anos 1990, João Guilherme Estrella (Selton Mello) é um jovem de classe média viciado em cocaína que e acaba se tornando o rei do tráfico na zona sul da cidade por conta de suas conexões internacionais.

O rapaz, um bom vivant inteligente e apaixonado por festas, acaba sob a mira da polícia e obrigado a enfrentar a dura realidade de um criminoso.

4. O Auto da Compadecida – (2000)

No meio do sertão da Paraíba da década de 1930, João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello) são dois nordestinos cheios de artimanhas para ganharem a vida em busca de alguns trocados, porém a chegada da belíssima Rosinha (Virgínia Cavendish), filha do major Antonio Moraes (Paulo Goulart), desperta a paixão de Chicó e os ciúmes do cabo Setenta (Aramis Trindade).

Em um misto de drama e comédia, a dupla usará de toda sua esperteza em um plano para conseguirem uma porca de barro cheia de dinheiro para que Chicó e Rosinha possam se casar, mas tudo pode dar errado com a chegada de um perigoso cangaceiro chamado Severino de Aracajú (Marco Nanini).

5. Bingo, o Rei das Manhãs – (2017)

Baseado em uma história real, “Bingo” é um filme sobre o homem por detrás da máscara do palhaço Bozo, um famoso personagem que animava as crianças em um show de TV nos anos 1980. Augusto (Vladmir Brichta) é um ator ávido pela fama que tenta seguir os passos de sua mãe, uma artista de palco nos anos 1950. Depois de estrelar produções baratas e filmes pornográficos, Augusto tem finalmente a chance de alcançar as multidões ao ser escalado como “BINGO”, um palhaço da televisão. Com seu humor irreverente e talento natural, o show é um grande sucesso, mas uma cláusula em seu contrato o proíbe de revelar sua verdadeira identidade.

Augusto se torna uma celebridade anônima. Com maquiagem, ele traz felicidade para as crianças de todo o país, mas não para o próprio filho, Gabriel, que vê seu pai se distanciar em busca de reconhecimento profissional. Cheio de ironia, humor e um visual exagerado do universo dos bastidores da televisão brasileira dos anos 80, o filme conta a história incrível e surreal de um homem que, enquanto procura seu valor artístico, encontra sua decadência pessoal.

6. Minha Mãe é uma Peça – (2013)

Após descobrir que os filhos, já adultos, a acham uma chata, Dona Hermínia (Paulo Gustavo) – uma mulher de meia idade cujo ex-marido a trocou por uma mulher mais jovem – decide tirar um tempo para si e se esconde na casa de sua tia Zélia (Sueli Franco), onde relembra os velhos tempos quando os filhos ainda precisavam dela.

7. Central Do Brasil – (1998)

Central do Brasil retrata uma jornada emotiva entre Dora (Fernanda Montenegro), uma ex-professora que redige cartas para pessoas analfabetas, e Josué (Vinicius de Oliveira), um garoto cuja mãe acabou de morrer enquanto procuravam pelo pai que ele nunca conheceu.

Dora ganha a vida ajudando pessoas analfabetas a escreverem cartas às suas famílias, no entanto, nunca chega a postar as cartas. A mãe de Josué é uma de suas clientes. Ela acaba morta, deixando o filho sozinho após ser atropelada por um ônibus. Dora reluta em assumir a responsabilidade pelo garoto deixado à própria sorte, mas parte com ele em uma jornada pelo interior do Nordeste em busca do pai que ele nunca conheceu.

8. O Palhaço – (2011)

Benjamin (Selton Mello) é filho de Valdemar (Paulo José), juntos eles são a dupla Pangaré e Puro Sangue, dois palhaços que animam os picadeiros do Circo Esperança. Os dois ganham a vida viajando pelo país afora, sem endereço fixo, documentos ou mesmo vizinhos com quem desenvolver uma relação. Benjamim, o palhaço Pangaré, filho de Valdemar, se cansa do estilo de vida que sempre teve – o único que conheceu – e começa a acreditar que deixou de ser um palhaço engraçado. Isso o desperta para um antigo sonho: o de ter seus próprios documentos, uma residência fixa e um lugar para chamar de seu.

9. Lisbela e o Prisioneiro – (2003)

Lisbela e o Prisioneiro é uma comédia romântica que conta a história de Leléu (Selton Mello), um malandro e divertido conquistador, e da inocente Lisbela (Débora Falabella), uma jovem sonhadora que cresceu com os filmes americanos e sonha com os heróis do cinema. Quando Leléu chega à cidade, Lisbela está noiva e de casamento marcado, mas, mesmo assim, o casal se apaixona e se entrega a uma história de amor cinematográfica no sertão nordestino.

10. Carandiru – (2003)

O cineasta brasileiro Hector Babenco dirige o drama Carandiru, baseado no romance best-seller do dr. Drauzio Varella. A história é ambientada na Casa de Detenção de São Paulo (conhecida como Carandiru), um dos maiores sistemas prisionais da América Latina. O médico (Luiz Carlos Vasconcelos) é um oncologista que chega ao presídio para testar pacientes infectados pelo HIV. Vendo a doença, a superlotação e a circulação desenfreada de drogas, o médico começa a entender a estrutura de poder interna entre os detentos.

Aos poucos o médico passa a vê-los como sobreviventes de um sistema falido enquanto o filme se desenrola entre várias narrativas e histórias paralelas até a dramática e violenta conclusão que reconstrói a rebelião de 2 de outubro de 1992, conhecida como Massacre do Carandiru, e o assassinato de mais de 100 prisioneiros.

11. Bicho de Sete Cabeças – (2000)

Uma viagem ao inferno dentro de um manicômio vivida por Neto (Rodrigo Santoro), um adolescente de classe média que vive uma vida normal até seu pai o internar após encontrar drogas em seu bolso. O cigarro de maconha é apenas a última gota d’agua para transbordar uma tragédia familiar.

No manicômio, Neto conhece uma realidade absurda e desumana onde pessoas são devoradas por um sistema corrupto e cruel. O filme utiliza uma linguagem documental, o que evoca no espectador uma desagradável sensação de realidade aumentando ainda mais o impacto dos horrores vividos pelo protagonista, e que mudam para sempre sua relação com o mundo e o pai.

12. Abril Despedaçado – (2001)

Abril Despedaçado se passa em 1910 em uma pobre região do sertão do Brasil e conta a história de duas famílias presas em uma disputa mortal que já existe há gerações. Uma violenta disputa de terras que se transformou em uma série de vinganças que culminam na vida de dois jovens, de ambos os lados, sendo reivindicadas como um preço a ser pago. O filho mais velho de uma das famílias (Rodrigo Santoro) – angustiado com a perspectiva de morte e incentivado por seu irmão mais novo – começa a questionar o insensato ciclo de violência quando uma bela jovem, de um circo itinerante, cruza seu caminho.

13. A Selva – (2002)

Adaptado da obra de homônima de 1930, A Selva conta a história de Alberto (Diogo Morgado), um jovem português exilado em Belém do Pará. Lá, Alberto encontra trabalho no seringal de Juca Tristão (Cláudio Marzo), onde se envolve com uma bela mulher (Maitê Proença), a esposa do gerente local. Os dois se envolvem em uma tórrida e perigosa paixão no meio da floresta amazônica, o que pode ser excitante e também muito perigoso.

14. Ed Mort – (1997)

Ed Mort (Paulo Betti) é um detetive fracassado que vive em uma quitinete no subúrbio de São Paulo. Quando Dayse (Roseane Lima), uma mulher sensual e misteriosa, procura-o em busca de ajuda para encontrar o marido, é ele quem acaba encontrando Ed e lhe revelando um maquiavélico plano que se desenrola na indústria de salsichas onde trabalha. As investigações levam Ed a confrontar policiais, empresários corruptos e a se envolver com uma famosa apresentadora de programas infantis.

15. Casa de Areia – (2005)

No drama dirigido por Andrucha Waddington, três gerações de mulheres lutam para criar suas famílias na árida região do Nordeste brasileiro. Em 1910, Vasco de Sá (Ruy Guerra) leva sua esposa, Áurea (Fernanda Torres), e sua mãe, Dona Maria (Fernanda Montenegro), para sua nova casa – uma cabana em ruínas no Maranhão, numa pequena aldeia no meio de uma duna de areia estéril. Os novos vizinhos de Vasco e Áurea não são nada receptivos, especialmente Massu (Seu Jorge), e quando Vasco morre inesperadamente, Áurea, que está grávida, e Dona Maria, são deixadas sozinhas.

Nove anos depois, Áurea e Dona Maria transformaram a casa em um lar, mas a vida no Maranhão continua sendo uma batalha constante. Áurea sonha em se mudar com a filha Maria (Camilla Facundes) e se apaixona por Luiz (Enrique Diaz), que trabalha com um grupo de astrônomos que vieram ao Maranhão para observar um eclipse, mas seu romance acaba quando Dona Maria é assassinada.

Em 1942, Maria (agora interpretada por Fernanda Torres) é uma alcoólatra promíscua que envergonha Áurea (agora interpretada por Fernanda Montenegro). Depois que o corpo de um piloto da Força Aérea é encontrado perto do Maranhão, um oficial militar é enviado para investigar Luiz (agora interpretado por Stenio Garcia). Quando Luiz conhece Maria, ele vê a imagem da mulher que ele desejava anos antes, e embora ela não tenha os mesmos sentimentos por ele, Maria percebe que Luiz representa sua melhor esperança de finalmente escapar do lugar que ela passou a odiar.

16. Macunaíma – (1969)

Baseado no livro de Mário de Andrade, de 1928, Macunaíma é uma parábola moderna que conta as desventuras de um homem negro (Grande Otelo) que milagrosamente nasce já adulto de uma indígena idosa (Paulo José) nas selvas da Amazônia. Embora seja crescido, ele possui o coração de uma criança brincalhona.

Após a morte de sua mãe, ele se muda com seus dois irmãos para o Rio de Janeiro, onde se envolve com uma terrorista e descobre que, nozes nem sempre são pra se comer, entre outras hilárias e dramáticas lições de vida.

17. Deus e o diabo na Terra do Sol – (1964)

Com apenas 25 anos de idade, o cineasta brasileiro Glauber Rocha escreveu e dirigiu essa impressionante obra sociopolítica. É a década de 1940, durante mais uma seca no sertão brasileiro, quando Manuel (Geraldo Del Rey), cansado de ser enganado pelo chefe, que roubava seu pagamento, mata-o e foge com a esposa se tornando um fugitivo fora da lei.

Manuel se junta a um autoproclamado homem santo, que tolera a violência e prega doutrinas perturbadoras. Misturando misticismo, religião e cultura popular, este drama simbólico e realista insiste que, em vez de seguir os dogmas externos e obscuros da cultura e da religião, o homem deve determinar seu caminho por sua própria voz.

18. Terra em Transe – (1967)

A história se passa no país fictício de Eldorado, na América do Sul, onde um senador chamado Porfírio Diaz (Paulo Altran) atua para se tornar um imperador, mas não sem antes enfrentar muita oposição em uma acirrada disputa pelo poder. Em meio a tudo isso, o poeta e jornalista Paulo Martins (Jardel Filho), percebe as verdadeiras intenções do senador e torna-se seu rival.

19. Madame Satã – (2002)

Nas favelas do Rio de Janeiro da década de 1930, João Francisco (Lázaro Ramos) é um artista transformista homossexual e ex-presidiário marginalizado que sonha com a fama e os grandes palcos. É neste ambiente que João Francisco irá se transformar no mito Madame Satã, inspirado pelo filme homônimo dirigido por Cecil B. deMille.

20. Vidas Secas – (1963)

Vidas Secas é o filme baseado na clássica obra de Graciliano Ramos. O filme conta a história de uma família pobre do Nordeste brasileiro e sua dramática saga diária em uma luta sem fim pela sobrevivência, onde o trabalho e a comida são escassos e o ambiente árido e desesperançoso é a rotina que guia o dia a dia daqueles que lá vivem.

21. Iracema – Uma Transa Amazônica – (1975)

O filme, de 1974, narra a viagem de Iracema, uma garota do interior que viaja até Belém com seus pais para pagar uma promessa na festa do Sírio Nazaré. A viagem se inicia de barco para Belém e então para a estrada no caminhão. Iracema se lança na vida com fascínio infantil e acaba levada a prostituição, aceitando as humilhações às quais é exposta como uma fatalidade do destino.

22. Eu, Tu, Eles – (2000)

Eu, Tu, Eles conta a história de Darlene (Regina Casé), uma boia-fria que trabalha nos canaviais e que vive em um lar com três homens; Osias (Lima Duarte), um homem mais velho e orgulhoso; Zezinho (Stênio Garcia), primo de Osias que vai morar com ele após a tia falecer, e Ciro (Luiz Carlos Vasconcelos), um desconhecido que se aproxima de Darlene. Darlene tem filhos com eles, mas aos poucos a relação harmônica passa a ser pautada por tensões.